1. |
Beija-me
04:02
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Beija-me (e Sente o Universo)
Beija-me e percebe as galáxias do firmamento,
Este é o único instante, é o único momento
Pertencentes aos poetas que nos antecederam,
Que foram joguetes todavia aqui aconteceram,
A quem jorrou sangue por um puro sentimento,
Este é o rosto do éter e este trilho seu testamento,
Abraça-me e sente o calor de cem supernovas,
Para mostrar que em nosso peito batem, batem trovas
Cadente entre o cerúleo, o palpitar do coração
Este é o descanso que vem com a nova estação
Magma escaldante, os mais leves passageiros,
Solta as amarras e liberta os teus prisioneiros,
Quando o sol nasce e a lua se põe, este é o fado
Amor é tudo o que nesta terra tenho deixado
Abraça-me e sente o calor de cem supernovas,
Para mostrar que em nosso peito batem, batem trovas
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2. |
Lá Vai Ela
03:28
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Lá vai ela
Devagar devagarinho vai ela sem me ver
Deixando-se ao ir mas sem perceber
Lá vai ela
Ela só mais um pequeno grão estelar
Se algum dia há-de sequer voltar,
Lá vai ela
Terá o mundo para todos oxigénio?
Cada segundo mais parece um milénio
Por isso um abraço num breve beijo e lá vai, vai, vai, vai…
Lá vai ela
Devagar devagarinho e com tanto medo,
Se o que vem chega tarde ou cedo
Lá vai ela
O desconhecido sozinho é lar p’ra ânsia
Mas sempre chega não importa a distância,
Lá vai ela
Por entre suspiros e o seu desassossego
Quanto tempo até seu aconchego?
Por isso um abraço num breve beijo e lá vai, vai, vai, vai…
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3. |
Ao Pôr do Sol
03:44
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Escutando o não observado, o impermanente,
Rosto pr’ó não envolvido, é indiferente,
Por onde vamos não nos vemos, é breve o instante
Por onde vamos não nos vemos, é quase bastante
Com metade duma alma não se chega ao horizonte,
Só horas tormentosas que não criam uma ponte
Por onde vamos não nos vemos, é breve o instante
Por onde vamos não nos vemos, é quase bastante
Refugiar-me-ei em casa ao pôr-do-sol
Refugiar-me-ei em casa ao pôr-do-sol
P’ra além do instante, eterno que confira o lugar
Amor qual é o meu sítio, se não sei nem sequer ficar?
Por onde vamos não nos vemos, é breve o instante
Por onde vamos não nos vemos, é quase bastante
Refugiar-me-ei em casa ao pôr-do-sol
Refugiar-me-ei em casa ao pôr-do-sol
Sol…
E o Beijo enfim acontece
Não forçando o que o enaltece,
E a Vida flui bem alada
Basta meter o pé na estrada
Refugiar-me-ei em casa ao pôr-do-sol
Refugiar-me-ei em casa ao pôr-do-sol
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4. |
Ciudad Sin Sueño
02:44
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5. |
Roupas Usadas ao Vento
04:09
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Se algum dia me for e me esquecer,
Será que me esqueci
Será que fui aqui,
O abrir da mão…
O Tempo passa e eu cá fico
À mercê do vento,
Momento a momento,
Vou ficando…
Tudo passa e nada muda… sempre…
Roupas usadas à procura
De quem perdeu e as encontrou em si
Ao longe casas e barcas
Daqueles outros dias
Tristezas e alegrias
De quem passou…
O Tempo passa e eu cá fico
À mercê do vento,
Momento a momento,
Vou ficando…
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6. |
Um Minuto
03:46
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céu em silêncio
estrelas sem lugar
na cor dos oceanos
enfim a navegar
raízes se foram
nas hastes do seu cabelo
e estradas ficaram
enleadas num novelo
então um minuto, ainda respiro
pega num pincel, estica a tela
por cores do arco-íris, pintando o mundo
sobre o qual sonhaste
a partir do punho,
mãos de papel,
pinceis no olhar,
a tela é um oceano
é preciso navegar,
versos tal oferendas
acabados de escrever
e nós somos as prendas
do que ainda há para ver
então um minuto, ainda respiro
pega num pincel, estica a tela
por cores do arco-íris, pintando o mundo
sobre o qual sonhaste
a partir do punho,
então eu a tricotar o caminho de casa,
para não te perderes
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7. |
Vertigem do Coração
03:00
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Promete-me Luz e deixa-me ao escuro,
Sou noite, mártir desta contenda,
Preciso de amor, do toque meigo e seguro,
De nós dois dessa oferenda,
Pergunto porque há-de ser assim,
Vejo o seu rosto, agora e depois,
Pois se eu gosto dela e ela gosta de mim,
Neste instante só espero por nós dois,
Não há solução só esta ânsia,
Suspiro seu nome como uma criança
Da vertigem irregular de um coração,
Recatado aguardo sua voz,
Por um sitio bonito só para nós,
Da vertigem irregular de um coração
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8. |
... e Depois
04:37
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Sinto anjos na língua levando-me acima,
Abraça-me o sonho, envolve-me o beijo,
Deixamos o terrestre, somos a obra-prima,
O resto é silêncio, sem gesto ou desejo,
Frios e quentes, sou a última despedida,
Que importa o vindouro? Morri ao nascer
Pois nada importa e eu sou tudo, a bem-vinda
Parte que falta, que não pára de acontecer,
E depois… vem o beijo,
E depois… sou lugar em mim,
E depois… todo o desejo
E depois…por fim
Beija-me os lábios e sente esta enxurrada,
Traz-me à vida, reavive este meu coração,
Pois por vezes quando vai o pé à estrada
Esquecemos o quão este trilho é bênção,
Beija-me os lábios e amortece esta queda,
A morte é transeunte no passo ora trilhado,
Olvida o ontem que outrora era alameda
Hoje é o presente que se torna passado,
E depois… vem o beijo,
E depois… sou lugar em mim,
E depois… todo o desejo
E depois…por fim
…em mim
Por fim
Em mim
E depois… vem o beijo,
E depois… sou lugar em mim,
E depois… todo o desejo
E depois…por fim
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9. |
Este Instante
04:16
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Eu, tempo entre quedas de água
Vertendo-me por ecos, largados à estrada,
Vamos sem ir, chegamos sem partir
Vamos sem ir, chegamos sem partir
Eu, amor incondicional
Escoado entre os dedos, esperando por vida
Vamos sem ir, chegamos sem partir
Vamos sem ir, chegamos sem partir
De olhos cerrados, beijam-me o rosto
Como sonhos feitos de porcelana,
Sombras como lembranças,
Estrelas como desejos,
Este instante é eterno
Eu, mãos esticadas pr’ó além,
O horizonte no peito, é tão perto
Vamos sem ir, chegamos sem partir
Vamos sem ir, chegamos sem partir
Eu, ousadia, estrela sozinha,
Pelo toque, prometido ao mundo
Vamos sem ir, chegamos sem partir
Vamos sem ir, chegamos sem partir
Vem e fica, é Abril, chove o mundo neste regaço,
Ligeiramente vem o Universo e num breve abraço
Flui um rio em leito frio, procurando a sua única foz,
Sou mais do que alguma vez já fui, sou a única voz
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10. |
Valsa do Pé-Coxinho
05:17
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Atiro-me ao caminho
Viajo tão sozinho
De seixo em seixo
Vou-me e cá deixo
Esta valsa do pé-coxinho
Só eu e o passarinho
Falta sempre um bocadinho
De pluma em pluma
Largando uma a uma
Esta valsa do pé-coxinho
Ó amanhã vem
Que eu sou quem
Tanto quer ver
Que voa no coração
Da rima de verão
Ao acontecer
Vem salta comigo
Sê o amigo
De nuvem em nuvem
Que voa no coração
Da rima de verão
Naqueles que ouvem
O hoje aqui sublinho
Da rosa ao seu espinho
De olhar bem aberto
Ao percurso incerto
Esta valsa do pé-coxinho
Só eu e o passarinho
Falta sempre um bocadinho
De passo em passo
Neste breve pedaço
Esta valsa do pé-coxinho
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11. |
Quando Eu Era Pequenino
04:27
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Quando eu era pequenino
Quando eu era pequenino
Acabado de nascer
Acabado de nascer
Ainda mal abria os olhos
Ainda mal abria os olhos
Já eram para te ver
Já eram para te ver
Quando eu já for velhinho
Quando eu já for velhinho
Acabado de morrer
Acabado de morrer
Olha bem para os meus olhos
Olha bem para os meus olhos
Sem vida hão de te ver
Sem vida hão de te ver
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Joel Nachio Porto, Portugal
Portuguese singer and songwriter who plays a repertoire of original compositions influenced by world music sonorities with elements of african and brasilian music...
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