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Resguardo

by Joel Nachio

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1.
E Entretanto 03:46
Leve, puro e inocente, eu era então o crente Para perder a crença e a inocência, coragem! É a ousadia que merece, o mundo de repente, De trás pr’á frente, o Universo é a Viagem E entretanto?... E entretanto temos o oceano, o céu e a magia! Que nos imbui um sonho, numa nuvem ancorado, Que seja permitido um bocado, leve, e eu alinhado Para lá do sono trilhando dentre briosas nebulosas, Imensas e fabulosas, terei eu momento de prosas, E entretanto?... E entretanto temos o oceano, o céu e a magia! Encarando a manhã, e o seu rosto o espelho seria poesia (ai como queria) incendeia e sossega a alma, de joelho a joelho? pelo trecho da maresia (ai como queria), Céu limpo e poeira de ouro, na vista, à deriva, P’ra cair dentre nuvens cinzentas, o fado dos itinerantes, Guardo o respeito e a paixão, por qualquer coisa viva, E sim ainda acredito nas coisas, inteiramente deslumbrantes E entretanto?... E entretanto temos o oceano, o céu e a magia!
2.
E um dia teremos parte do fragmento, apenas momento, Esta escrita cadente é anseio pelo distante tesouro, Que é vida, enquanto for acontecimento, A enxurrada entregará o horizonte ao escoadouro, O corrimão para o céu é aqui, neste momento O corrimão para o céu é aqui, no acontecimento Onde pedaços são cópias de homens partidos, Procurem o cadáver do final fado, Os vestidos brancos poentes retidos, Respirando deste ar rarefeito, se calhar fui indo e indo E passei-me ao lado O corrimão para o céu é aqui, neste momento O corrimão para o céu é aqui, no acontecimento A envoltura duma silhueta entre um terno abraço, Era uma a promessa de um eterno, eterno dar a mão, Quando nem para um certo tempo havia sequer espaço, Ainda há impressões digitais nas nuvens, neste corrimão, Abram-me as veias e acordai os anjos, hoje serão alcançados, Que haja luz para fazer das sombras amigas em belos bocados. O corrimão para o céu é aqui, neste momento O corrimão para o céu é aqui, no acontecimento
3.
Lembranças 04:12
É preciso despertar o brilhante do firmamento, Transparecer luzidio p’ra poder alumiar o dia, Este aqui é o único instante, o único momento P’ra poder trazer o brilho das estrelas e a magia Escrevo-a dentre dedos cujas pontas são esticadas Para o horizonte longínquo, porém no presente, É assim que nascem asas destas costas arcadas Mesmo quando regressa a chuva incipiente Lembranças dormentes passando de mão em mão É preciso reencontrar as horas outrora perdidas Para finalmente retornar o nosso Sol amado, Procurando as nuvens brancas além escondidas Entardecendo a aurora num Luar versejado Lembranças dormentes passando de mão em mão Este aqui é o único instante, o único momento P’ra poder trazer o brilho das estrelas e a magia Lembranças dormentes passando de mão em mão
4.
Acorda Amigo 03:47
Oh incrédulos, trago amor nas alcovas para partilhar, Pois por vezes procuramos e não há tempo pr’a encontrar Porque há quem idolatre a morte, a bruma e a tristeza, Por vezes há momentos em que nem sequer há beleza, Porquê, porquê? É a natureza humana Porquê, porquê? Adormecer antes de acordar Mas há espaço eterno sem importunar o infinito, E perder o pouco que tínhamos num último grito, Ver o revés da moeda, com o coração nas mãos, É quando percebemos e deixamos cair todos os nãos, Porquê, porquê? É a natureza humana Porquê, porquê? Adormecer antes de acordar É o tempo desperdiçado entre as partidas e as chegadas, Por isso rio e choro tal Cavalo com as asas pregadas A primeira em muito tempo, a minha única pertença É a viagem que é do viandante tanto a cura como doença, Porquê, porquê? É a natureza humana Porquê, porquê? Adormecer antes de acordar Ué amigo, vivo e cantante, A lição da vida, é que passa num instante Porquê, porquê? É a natureza humana Porquê, porquê? Adormecer antes de acordar
5.
Este pedaço de mim é ruído e silêncio - o seu namoro, O caminho vincado na pele nua, a cicatriz e os diademas, O assobio despreocupado, o gesto com ou sem decoro, Pois das potenciais prisões sou eu o portador de suas algemas, Que são essa ânsia, essa vertigem irregular por si procurada, A altura da falésia… É um breve suspiro para o vazio, para o nó na garganta, Caminhando ao meu lado, esta sombra tornada semblante, Esperando as luzes de presença, o abraço de uma manta, É a ode a Deus, a ode a vera beleza, a ode ao instante, Que são essa ânsia, essa vertigem irregular por si procurada, A altura da falésia… Há poesia nesta passagem, é preciso ir e correr atrás do luar Que são essa ânsia, essa vertigem irregular por si procurada, A altura da falésia…
6.
Algemado 03:39
Olhamos para dentro buscando a auréola exterior, Era eu, o homem de mãos à cintura, a bravura, De quem esperava o amanhecer do dia anterior, Afastando ébano de marfim, acenando à alvura, Pois sei que Deus espera por mim no final do trilhado, Caminho procurando a libertação do coração (algemado) Vou seguindo o pássaro negro para casa, o lugar Que é apelido e onde descanso os ossos enfim, Pressiono a cara contra a vidraça da sala de estar, Toco na janela e abro a porta, espero-a no jardim, Pois sei que Deus espera por mim no final do trilhado, Caminho procurando a libertação do coração (algemado) Quanto a quem amei um dia, sempre haverá espaço, Para a ver quente e feliz, haja chuva ou faça Sol, Suspiro este desabafo ansiando o seu regaço, Tão formoso de ter e de ver tal pétala de girassol Pois sei que Deus espera por mim no final do trilhado, Caminho procurando a libertação do coração (algemado) Algemado a si mesmo, sem poder bater É o fardo de quem, partiu para o além, mas não é chegada, Algemado a si mesmo, sem conseguir viver, Há que procurar mais, para não ter uma vida abreviada, Os castelos de areia feitos no ar, difíceis de fazer, Não receio a morte nem a bruma que um dia virá, Pois até a esse momento estou sedento por viver! Procuro o Inteiro, desejo o prometido e pretendo-o já! Pois sei que Deus espera por mim no final do trilhado, Caminho procurando a libertação do coração (algemado)
7.
Sustenta o fôlego, vêm as folgas entre o pavimento São aprendizagem feita pelo instante, o momento, é o momento Aqui, não o deixes passar, só assim existe amor E com partilhado pincel pintamos com vera cor, O suspiro de uma criança pode ser a infinda dança, O suspiro de uma criança pode ser, pode ser Com asas nos pés descalços, a fonte há-de surgir De dedos esticados e olhar aberto neste sentir, Por isso beijo o chão após nele aterrar, A distância entre todos nós há-de assim encurtar, O suspiro de uma criança pode ser a infinda dança, O suspiro de uma criança pode ser, pode ser Pois esta valsa é perfeita, tal beijo dado na testa Da criança que lá fora brinca desatenta ao mundo, e o mundo É ela, uma de milhares de vozes que o tempo empresta, Ouço-a melhor que vós vos ouvis a vós pois no fundo O suspiro de uma criança há-de ser a infinda dança, O suspiro de uma criança há-de ser, há-de...
8.
Oh meu amor, já perdemos as palavras E o beijo, e o toque, e um bocadinho de mim Este tempo é o espaço, que não nos é pertença Percorrido foi o tempo, do passeio e veio a despedida…. Oh meu amor, já perdemos as palavras E o beijo, e o toque, e um bocadinho de mim Na mente ainda sombreada por passadas aventesmas percorro e corro apanhada pelas lembranças… Oh meu amor, já perdemos as palavras E o beijo, e o toque, e um bocadinho de mim E o beijo, e o toque, e um bocadinho de mim
9.
É a ausência de oração, falta de ar, Que por vezes é o próprio coração Dança, dança por dois neste olhar, Há vezes em que é asas sem avião, Tentando ir esperando um dia chegar Com passos conferidos no ladrilhado, A destreza da queda é o assoprar O horizonte nestas plumas esvoaçado, Foi por aqueles passageiros que trouxe o peito ao convés, A marcha solitária, serei o barco, serei o céu e as marés De ano a ano, Divinas, eternas, Imaculadas pela sombra que é o humano, Beijo em beijo Divino, eterno Assim subentendo este almejo Nesta batalha, neste pelejo Assim me ergo da escuridão … do coração Por campos de neve existe um palpitar, O sufrágio para um tempo sem espaço, De quando havia uma metade, um respirar, O floco era quebrado por um abraço, Este é só um poema p’ra passagem, Ressonância com seus nomes e apelidos, Os ossos engolidos desta viagem São campo de batalha p’rós mortos e feridos, Foi por aqueles passageiros que trouxe o peito ao convés, A marcha solitária, serei o barco, serei o céu e as marés De ano a ano, Divinas, eternas, Imaculadas pela sombra que é o humano, Beijo em beijo Divino, eterno Assim subentendo este almejo Nesta batalha, neste pelejo Assim me ergo da escuridão … do coração
10.
Oh meu amor Passou tanto tempo Palavras entretanto ditas Foram levadas pelo vento Saudades desse sorriso Delicado e inocente, Diz-me por favor o que é preciso Para o ver novamente Pois a noite é passageira No olhar de quem não a vê E eu a teus pés desta maneira Tal crente que em si não crê Diz me, diz me É isto o amor? Diz me, diz me Ou apenas dor? Diz me, diz me O que é este ansejo? Diz me, diz me Apenas porções de um beijo… Oh meu amor Eu desabrigo sem lugar, A primavera daqui fugiu E ainda não a fui buscar Saudades da mão na mão, De estrelas no caminho Mas parou o coração E ficou tão sozinho Pois a noite é passageira No olhar de quem não a vê E eu a teus pés desta maneira Tal crente que em si não crê Diz me, diz me É isto o amor? Diz me, diz me Ou apenas dor? Diz me, diz me O que é este almejo? Diz me, diz me Apenas porções de um beijo… 
11.
O Apostata 05:31
Pérolas e laços, máscaras e confetes, Sou submerso no topo da montanha eu sou o, Beijo de adeus e vem o genocídio… A instituição pr’ó fundo da algibeira, E Deus fala com a nossa voz e murmura: Pois só assim se criam escadas pr’ó céu e lá vou Eu, Deste momento pr’ó próximo", e o resto… oh meus irmãos... É prescindível… É preciso abanar as fundações do que é confortável - queimem todos os templos sem deuses dentro! É preciso montar escadas para o Céu, tu e eu, aceitar o impermanente e ir em frente… É tentar indo esvoaçar com asas próprias, Auréolas rotas, os homens do clero pecando Passam cestos de pensamentos e orações… afinal perdidas, As sobras de meias vidas… E Deus aparece no espelho pois os anjos, Da casa de deus que promete absolvição então, Por favor larguem essa pele, erguer-vos… do cadáver é preciso, É o único sorriso… É preciso abanar as fundações do que é confortável - queimem todos os templos sem deuses dentro! É preciso montar escadas para o Céu, tu e eu, aceitar o impermanente e ir em frente… É preciso lutar, tocar o Sol a esbracejar, rumo à ponte do horizonte – com claves de lábios na fronte, É preciso amar, mesmo a falhar, devemos tentar e reaprender, atento ao momento, momento final.

credits

released June 26, 2021

Carolina Teruel (Venezuela) - violoncelo
Danny Pena Balboa (USA) - acordeão
Bruno dela Rosa Barbosa (Brasil) - contrabaixo / baixo
Lekka (Brasil) - voz
Joel Nachio - voz / guitarra clássica / etc

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Joel Nachio Porto, Portugal

Portuguese singer and songwriter who plays a repertoire of original compositions influenced by world music sonorities with elements of african and brasilian music...

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